segunda-feira, 5 de julho de 2010

Viver significativamente, morrer com alegria

Uma das poucas certezas desta vida é a morte!


Se a morte fosse o fim de nossos problemas, talvez nós não devêssemos nos preocupar. Mas, como Buda disse, enquanto continuarmos como seres comuns uma vida é seguida por outra assim como um dia é seguido pela noite.
Apesar da inevitabilidade de nossa morte e a completa incerteza de sua hora e do modo como vamos morrer, poucos de nós dedicam um minuto de reflexão até que seja tarde demais. Dado que teremos muitas vidas futuras e que essas serão modeladas por nossas ações desta vida e das anteriores, não vale a pena morrer sem se preparar.
Nesse maravilhoso livro, Geshe Kelsang mostra que aceitar nossa morte enriquece nossa vida e capacita-nos a enfrentar nossa passagem com dignidade, confiança e alegria. Ele nos ensina como ter uma vida pura, um modo de viver livre, no qual cada momento é significativo.

O livro inclui práticas especiais para efetuarmos quando a morte se aproximar e ensina como morrer com segurança para alcançarmos níveis elevados na próxima vida. Há também práticas de como ajudar os outros que estejam morrendo.


Por que precisamos pensar sobre a morte


Contemplar nossa própria morte irá nos inspirar a usar a vida com mais sabedoria, desenvolvendo o refúgio interior das realizações espirituais. Caso contrário, não teremos a habilidade de nos proteger contra os sofrimentos da morte nem daquilo que virá depois dela. Além disso, quando alguém próximo de nós, como um parente ou amigo, estiver morrendo, seremos impotentes para ajudá-lo, porque não saberemos o que fazer; experienciaremos tristeza e frustração frente à nossa inabilidade de prestar genuína ajuda. Preparar-se para morrer é uma das ações mais bondosas e sábias que podemos fazer, tanto por nós como pelos outros.

Este mundo não é nossa casa – isso é um fato. Somos viajantes, estamos de passagem. Viemos de nossa vida anterior e em poucos anos ou dias vamos nos mudar para a próxima vida. Entramos neste mundo sozinhos e de mãos vazias e sairemos dele sozinhos e de mãos vazias. Tudo o que adquirimos nesta vida, inclusive nosso próprio corpo, terá que ser deixado para trás. As únicas coisas que se leva de uma vida para outra são as marcas de ações positivas e negativas. Se ignorarmos a morte, desperdiçaremos nossa vida com coisas que serão deixadas para trás; criaremos muitas ações negativas e viajaremos para a próxima vida sem nada, a não ser um pesado fardo de carma negativo.

Por outro lado, se a consciência da mortalidade for o pilar de nossa vida, daremos mais importância para o desenvolvimento espiritual do que para as aquisições deste mundo; nossa passagem pela vida será vista, principalmente, como uma oportunidade para cultivarmos paciência, amor, compaixão e sabedoria.

Motivados por essas mentes virtuosas, praticaremos muitas ações positivas e, dessa forma, criaremos causas de felicidade futura. Quando nossa hora chegar, seremos capazes de morrer sem medo nem remorso, pois nossa mente estará fortalecida pelo carma virtuoso que criamos.

Os professores kadampa dizem que sentir medo na hora da morte é inútil; a hora certa de sentir medo é enquanto somos jovens. A maioria das pessoas faz o inverso. Enquanto são jovens, pensam “não vou morrer” e vivem imprudentemente, sem se preocupar com a morte; mas, quando a morte chega, sentem medo, frustração, ansiedade e desespero.

Se desenvolvermos medo de morrer agora, usaremos nossa vida significativamente praticando ações virtuosas e evitando as não virtuosas. Criaremos, assim, as causas para um renascimento afortunado. Quando a morte realmente chegar, nos sentiremos como uma criança que retorna ao lar, e partiremos com alegria. Faremos como Lama Longdöl, que viveu até uma idade avançada e, ao chegar sua hora, sentiu uma profunda felicidade. Quando lhe perguntaram o por quê de tanta alegria, respondeu: “Se morrer esta manhã, renascerei hoje à tarde como um deus, ou deusa, numa Terra Pura. Minha vida futura será muito superior à que tenho agora”. Lama Longdöl tinha se preparado cuidadosamente para sua morte e havia escolhido um lugar específico para renascer . Se usarmos nossa vida para praticar o Darma puramente, poderemos fazer o mesmo.

© Geshe Kelsang Gyatso & Nova Tradição Kadampa

2 comentários:

  1. A vida é uma grande incoerência a qual nos arrebata e conquista. Vivemos com pressa, e o que é a vida senão o tempo que passa? Para que pressa?

    Abraço do Jefhcardoso

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  2. Olá, Tudo bem?
    Me desculpe a pergunta mas quem é você???
    Até mais e grandes textos e grandes idéias

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